Nações Unidas não garantem as medidas de acessibilidade previstas na Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência. Denúncia foi feita na plenária da ONU pela Escola de Gente durante a celebração dos 10 anos da Convenção

Campanha “É Criminoso Discriminar” é lançada na sede das Nações Unidas em Nova York

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Descrição da imagem: duas mulheres e um homem posam sorridentes para a câmera na Assembleia Geral da Nações Unidas. Ao fundo, painel dourado com o escudo da ONU. Crédito da foto: Bender Arruda.

Ao participar como sociedade civil da Delegação Oficial do Brasil na 10ª Assembleia Geral da Conferência dos Estados Partes da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (CDPD) na sede das Nações Unidas em Nova York, de 13 a 15 de junho, tendo como um de seus objetivos lançar naquele fórum a campanha “É Criminoso Discriminar”, a Escola de Gente se destacou por chamar a atenção para a violação do direito à participação de representantes e palestrantes com alguma deficiência. Não havia recursos fundamentais de acessibilidade - que a Escola de Gente utiliza há anos em todas as suas iniciativas - como audiodescrição. Grande parte dos debates não contava com língua de sinais e legenda. O palco do plenário da Assembleia Geral, o mais importante da ONU, não permitia o acesso de cadeirantes por falta de rampa.

“Não é aceitável que mesmo após 10 anos da Convenção e justamente aqui, na sede da ONU, o berço dos Direitos Humanos, pessoas com deficiência não possam participar do debate com equiparação de oportunidades. O mundo reconhece que negar comida a alguém que passa fome é um ato criminoso. Mas negar acessibilidade também é. Não há sustentabilidade sem acessibilidade”, expressou Claudia Werneck, fundadora da Escola de Gente, ao falar na plenária e defender os ideais da campanha É Criminoso Discriminar, desenvolvida em parceria com o Ministério Público. “Assim como as Nações Unidas monitoram os países na implementação da Convenção, temos que criar mecanismos para monitorar a ONU também”, completou.

Descrição da imagem: mulher discursa em uma bancada falando ao microfone e segurando uma placa branca da campanha com a frase: “To discriminate is criminous” (É criminoso discriminar). Há um visor com a sigla "NGO". Ao fundo, parede com listras verticais e algumas pessoas. Crédito da foto: Bender Arruda.

Preocupada em documentar a falta de acessibilidade da Conferência e chamar a atenção para a repercussão negativa do fato no cumprimento da Convenção pelos Estados-Parte, a Escola de Gente empreendeu um movimento entre os/as quase 50 integrantes da delegação brasileira, com importante apoio da Federação Brasileira das Associações de Síndrome de Down, que culminou com a redação coletiva de uma carta (leia aqui) assinada por várias organizações sociais e membros do poder público. A carta foi entregue ao chefe da Delegação do Brasil, o secretário nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Marco Antonio Pellegrini.

A Escola de Gente também distribuiu bottons da campanha “É Criminoso Discriminar” e livros “Quem cabe no seu todos?”, em inglês e com formatos acessíveis. A obra, da fundadora da Escola de Gente, publicada em 1997 pela WVA Editora, deu origem e estrutura o pensamento que guia a organização até hoje, sendo recomendada por Unesco e Unicef.

Descrição da imagem: cerca de 50 homens e mulheres posam para a foto. Eles estão organizados em três níveis. Ao fundo, parece branca. Em frente, quatro mesas de trabalho. Crédito da foto: Arquivo pessoal.

Em 2006, a Escola de Gente representou a sociedade civil brasileira no Encontro da ONU que aprovou a Convenção. Em 2008, participou ativamente da sua aprovação no Congresso Nacional como emenda à nossa Constituição.

A participação da Escola de Gente aconteceu graças ao apoio da Praxair e a campanha é feita em parceria com a Wide Comunicação Expandida.

Apoio: Praxair

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